Memorial
Sou a sexta filha de uma
família de dez irmãos,cinco homens e cinco mulheres – mesmo vindo de uma familia humilde com
poucos recursos financeiros, meu pai cearense
analfabeto só sabia assinar o nome, porém muito compromissado com a familia. Na
tentativa de acertar precisou mudar de um vilarejo no interior de Belém veio
tentar vida melhor na cidade de Marabá isso no ano de 1974 onde quando chegamos
enfrentamos uma das maiores enchentes já
ocorridas no municipio, recordo-me que precisamos todos começar a trabalhar muito
cedo para ajudar meu pai nas despesas de
casa , mas mesmo com toda essa dificuldade meus tiveram uma grande preucupação em me colocar na escola, também tive a sorte de
morar ao lado da casa da Diretora do SESI que muito gostou de mim e conseguiu
uma vaga só pra eu ficar em observação, pois já estava no mes de agosto.
Recordo que quando fui a primeira vez a escola tinha 07 anos de idade e
ja sabia algumas coisas como por exemplo reconhecer o alfabeto escrever o
alfabeto escrever os números de um
até vinte, pois minha mãe com apenas a 5ª série tinha a paciencia de
me ensinar o que facilitou o meu desempenho na escola.
Não recordo-me ter lido qualquer tipo de texto aprendi na base do
BA,BE,BI,BO,BU mas lembro da minha
primeira professora com muito orgulho pois ela apesar de utilizar um método tradicional ela
conseguia fazer com eu entendesse e aprendesse. Dentro do processo de
leitura o livro a qual eu tinha maior acesso era a Cartilha
de ABC pois como eu era de familia muito
simples meus pais não tinham condições
de comprar nem caderno imagine livro.
Na atualidade a escola trabalha com diversos gêneros contos, fábulas, música, parlendas,
trava-línguas e outros o que facilita o aprendizado, isso não quer dizer que
temos que abandonar tudo do tradicional.Pois bem sabemos que o hábito de ler e
escrever vem se desenvolvendo lentamente com
a história e que se faz necessário para o ser humano que vive nesse
mundo competitivo e que deve estar acessivel a todos sem distinção de classe
social,entendendo também que quem domina essas capacidades acaba por levar
vantagem frente a outros que ainda as desenvolveram. Cabe a escola propiciar
também momentos de leituras criando salas de leituras para que
nossas crianças manejem com eficácia os diversos
escritos que circulam na sociedade
tentando combater a discriminação unindo esforço para alfabetizar todas
crianças tendo como principal desafio a aquisição e apropriação da leitura e
escrita como ferramentas essenciais no
processo ensino e aprendizagem evitando assim o fracasso escolar.
Ana Claudia Miranda de Souza
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